Após
ler a excelente matéria, produzida por Bruno Agostini, na Revista Baco nº 5,
intitulada “Canadá – Para aqueles que gostam de curtir o verão na América do
Norte”, fiquei curioso para conhecer
mais a respeito do Ice Wine. Dessa forma efetuei várias pesquisas a respeito
desse tipo de vinho e gostaria de compartilhar com todos os leitores que assim
como eu não conheciam o vinho do gelo.
O
ice wine foi originado na Alemanha, no século XVII, quando acidentalmente se
produziu um vinho através do prensado de uvas congeladas. Porém apenas no
século XX houve um aumento da produção naquele país. Chegou ao Canadá na década
de 70, entretanto sua produção cresceu significativamente na década de 90.
Atualmente esse vinho de sobremesa é o ícone da viticultura canadense.
O
processo de elaboração se inicia no vinhedo, as uvas ficam na videira muito
além da época da colheita e devido ao fato de estarem localizadas em regiões
muito frias acabam congelando. Com as
uvas congeladas inicia-se a colheita, que geralmente ocorre no período da
noite, de forma manual, e em temperaturas entre -10°C a -13°C. As uvas ainda
congeladas são prensadas, os açucares e outros sólidos dissolvidos não
congelam, mas a água sim, permitindo um mosto mais concentrado. Os cristais de
água ficam na prensa resultando numa menor quantidade de vinho mas muito mais concentrado, muito
doce e com elevada acidez. Esses vinhos possuem um certo frescor apresentando
notas de manga, melão, damasco e outras frutas doces.
Para
a produção do vinho do gelo, os viticultores utilizam as uvas, Vidal, Cabernet
Franc e Riesling, entretanto nota-se experimentos com outras cepas como a
Chardonnay, Gewurztraminer, Chenin Blanc, Pinot Blanc, Merlot, Pinot Noir e
Cabernet Sauvignon.
Atualmente
na região do Ontário, a Peninsula de Niagara (130 quilômetros de Toronto) é a
maior produtora de ice wine do mundo, com destaque para as Vinicolas
Inniskillin e Peller Estates.
O
ice wine não é excluvidade do Canadá, a Alemanha também é um forte produtor. Há
também ice wine, na Áustria, na Suíca e por incrível que parece no Brasil. Em
São Joaquim, na Serra Catarinense, a Cave Pericó tem feito uma colheita tardia
em meados do outono, inicio do inverno, possibilitando assim a produção do
vinho do gelo.
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